Hoje fui ao Colombo!!!
Mais de que um simples templo ao consumismo Lisboeta, o Colombo ganhou estatuto de microcosmos Português desde a inauguração apressada pelo Presidente da Republica para facilitar a atribuição da tão necessária licença camarária. Este estatuto de microcosmos cresceu, solidificou-se, e agora eu diria que se as empresas de sondagens soubessem o que andam a fazer, mandavam diariamente uns putos para a entrada do Colombo fazer perguntas aos apressados clientes. Apressados lá fora, mas tranquilos lá dentro. Dentro do Colombo respira-se prozac, puro, do bom. As famílias caminham tranquilamente, olham para as montras. Ao fim de cinco anos de casório, acabou-se a conversa para além de quem lava a loiça ou muda a fralda. Mas no Colombo encontra-se sempre assunto: roupa, mobílias , engenhocas ou as vulgaridades dos outros clientes. Numa existência quase que paralela, porque dentro de um Colombo existem muitos "Colombos", a malta mais jovem deambula com as suas roupas mais radicais num imberbe ritual de acasalamento. Ritual provavelmente a ser consumado dentro do carro do pai, na melhor das hipóteses no Guincho, ou na pior no parque de estacionamento do Martim Moniz. Claro que no Colombo ainda existem as inúmeras lojas de qualidade que justificam a minha visita desesperada, quase peregrina, no dia 24 de Dezembro. Mas tal facto parece-se neste momento secundário. Questiono-me agora qual vai ser a relação entre o Colombo e o novo estadio do Benfica, em ano de Euro 2004. Será que os No Name Boys vão marcar encontros nas traseiras do Colombo com a malta da Bifolândia?
Adamastor