Filhos de Viriato
segunda-feira, outubro 13, 2003
  "I couldn`t find you. You`re walking. And you don`t always realize it, but you`re always falling.
With each step you fall forward slightly. And then catch yourself from falling.
Over and over, you`re falling. And then catching yourself from falling.
And this is how you can be walking and falling at the same time."

Laurie Anderson 
  Ando a trabalhar num blogue novo. Esta' tudo ainda em fase de arranque e ainda não sei lá muito bem o que quero fazer com ele, mas o conceito atrai-me...

Marte


...entretanto vou manter os filhos porque gosto do desenho aqui do lado! 
sábado, outubro 11, 2003
  Margaret Cho’s comedy show:

“You know, I used to be a very disturbed person, my identity and stuff. It used to be really hard to know who I truly was - I am gay, I am straight, I am gay, I am straight – BUT then I realized that I was just a slut...
....Hey! Where is my parade?"
 
sexta-feira, outubro 10, 2003
  E’ interessante pensar como boa parte dos momentos mais importantes da nossa vida são de facto decididos tipo o programa "Roda da Fortuna". Neste momento sinto-me como um concorrente que acabou de puxar a roda, e que esta' agora a ouvir o "tac tac tac tac"...

Attila
 
domingo, outubro 05, 2003
  Roses are red
Violets are blue
Oh my, lump in the bed
How I've missed you.
Roses are redder
Bluer am I
Seeing you kissed by that charming French guy.
The dogs and the cat, they missed you too
Barney's still mad you dropped him, he ate your shoe
The distance, my dear, has been such a barrier
Next time you want an adventure, just land on a carrier.


PRESIDENT BUSH'S POEM


 
sábado, outubro 04, 2003
  American Way…

Hoje eu estava a explicar a uns amigos americanos a lei dos arrendamentos em Portugal, e o facto de existirem várias pessoas de idade avançada a pagar uma renda muito reduzida, quando um deles me perguntou se era frequente os senhorios assassinarem os inquilinos para subir as rendas.

Attila 
sexta-feira, outubro 03, 2003
  O acontecimento mais significativo do meu dia foi a caminho de casa. Numa autoestrada à hora mais perigosa de todas: a de semi-ponta, isto é, aquela em que todos os carros vão quase colados uns aos outros (deixar um espaço é escusado, porque é imediatamente preenchido por outro da faixa do lado) a 100 -110 km/h. Vou na faixa do meio e à minha frente vai um automóvel de marca alemã que aqui não refiro (mas tem o travão de mão no pé o que sempre achei contra natura), cinzento metalizado. Começa a abrandar e abre a janela. Lá de dentro sai um braço que se agita no ar. Percebo então que os gestos são dirigidos ao carro da faixa da direita. O estranho é que é um carro absolutamente igual. E da janela desse carro sai outro braço. Por momentos penso, são colegas no mesmo board of directors, mas os gestos têm muitos dedos...o que não quer dizer nada, mas esse sentimento à dita mesa implica mais facas espetadas nas costas que dedos espetados na estrada...e depois de um pequeno intervalo de mãos e dedos a abanar, um deles arranca a 150 pelo menos, o que é um feito difícil dado que o transito compacto vai a uma velocidade mais baixa. Mas o outro não se deixa ficar atrás e persegue o primeiro por entre os carros, faixa a faixa. E ali estou eu no lugar melhor da plateia a ver um filme americano ao vivo e a pensar, era muito bem feita que lá mais à frente acontecesse sucata topo de gama. Eu sei, não são sentimentos bonitos...mas uma pessoa não se pode impedir de os ter.
(mas o que me irrita verdadeiramente é ter ficado sem saber o fim da história...)

100nada 
quinta-feira, outubro 02, 2003
  Berlin, 1938????

"We cannot endure three more years of Davis-Bustamante. They are the same administration. They are the twin terminators of Sacramento. They have terminated jobs. They have terminated growth. And they have terminated dreams. And it's time to terminate them."

Arnold Schwarzenegger, candidato a governador da Califórnia 
quarta-feira, outubro 01, 2003
  Eu não cheguei ao fim.
Dobrei o Cabo, mas havia em mim
Um herói sem remate.
Quando os loiros da fama me sorriam,
Aceitei o debate
Do meu destino predestinado
Com singelos destinos que teriam
Um futuro apagado,
Fosse qual fosse a glória prometida.
E sempre que uma nau entrenta o mar e o teme,
E regressa vencida,
Sou eu que venho ao leme
Com a Índia perdida

Bartolomeu Dias - Miguel Torga
 
  noventa por cento de água

Oiço a chuva a cair como se chovesse aqui dentro. Seja Agosto ou Janeiro, as portas da varanda estão sempre abertas. A noite entra para dentro de casa, a chuva cai agora muito devagar, depois pára. Só se ouvem os pingos que restam nas árvores, um aqui, outro ali...uma porta a bater, uns passos molhados, um cão a ladrar. As sirenes de alarme que disparam sempre que chove mais também se calaram.
É um barco, este em que navego, feito de água. Um bote de mar, talvez um mastro sem velas. Deitei fora os remos, não me apetecia mais.
Recomeçou a chover.

100nada 
  Abriu os braços como Jesus na cruz...

Abriu os braços como Jesus na cruz, deu meia-volta e apontou-os para o Cristo-Rei. Mediu-o com os dedos, e após umas hesitações afirmou peremptoriamente que tinha exactamente dois centímetros. Massajou satisfeito a sua barba de três dias, coçou o seu longo cabelo, e confirmou novamente a sua medição. Gabou-se que era uma medição absolutamente nanométrica e que tinha sido patrocinada por um subsidio da União Europeia. O seu olhar começou então a deslizar pelo horizonte, fez mais umas tantas medições de gabarito internacional, e acabou por se fixar naquele lugar ao lado do horizonte chamado Trafaria. Queixou-se de um qualquer atentado paisagístico, e antes de tentar medir o tamanho de um tal lesa pátria, declarou solenemente que se devia reinstituir a pena de morte para arquitectos. Virou-se então de repente e disse:
– Entendes? Entendes o que te estou a dizer? Isto e’ como tudo nada vida, um problema que hoje parece ser de um tamanho monumental, amanhã ou dentro de um ano e’ deste tamanho – e olhou para os seus dedos que agora estavam em frente do meu nariz.
-Dois centímetros? – perguntei-lhe sorridente
-Não, no máximo um centímetro e meio - satisfeito com a sua resposta, deu mais uma pirueta de braços abertos tipo avião de combate e começou a correr em direcção ao mar, mas sem não antes gritar.
– O ultimo paga uma cerveja.

Attila

(publicado previamente neste blog no dia 12 de Junho, 2003) 
Atila, "um ateu optimista" - porque não acredita em deus, mas espera estar errado -, quer fazer uma página de ideias e debates rápidos, ricos em colesterol e gorduras saturadas; pois a unanimidade só se obtêm na base do medo, do interesse, ou da alienação activa de quem discorda. Participação especial de 100nada e Adamastor (a pessoa mais furiosa de Lisboa).

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