Filhos de Viriato
Versão livremente adaptada… descubra as diferenças …
FR : Tou? Tou? Tou?
AC : Sim! Fonix , não sou surdo.
FR : Sim, pá!
AC : Allô! Estás bem?
FR : Ó doutor Costa! Está bom, pá?
AC : Então, pá?
FR : Ando aqui na estrada, pá! Pá, ainda tou aqui em regresso, mas isto tá um trânsito e um tempo horrível, pá!
AC : Correu bem?
FR : Ó pá, correu! O miúdo era fixe…Quer dizer... É evidente que a todo o lado que um gajo vai, querem estar comigo e não com os outros, mas comigo só querem fazer coisas que não são as que a gente quer que eles façam, não é?
AC : Pois!
FR : Por isso é o... calvário permanente! Não tem... Julgo que não tem grande solução, não é?
AC : Pois!
FR : A não ser... Pronto, aguentar!
AC : Pois!
FR : Mas eu agora vou lá jantar com o nosso PR [Presidente da República], pá! Mas estava a ver se chegava a casa, se tinha tempo para descansar e tomar um banho e tal, tou aqui... [imperceptível]...
AC : Pois! Agora, é pá, sobre o teu jantar, é pá, eu só tenho uma sugestão a fazer!
FR : Uhm ?
AC : Que é o seguinte: é pá, eu acho que é preciso insistir num tema de grande preocupação, que é, é pá, o procurador-geral [da República] ao invés do que deu a entend ... do que tinha mostrado disponibilidade, ahh , na conversa...afinal vai para a frente, pá!
FR : Fonix !, Ó pá, não achas melhor ter esta conversa noutro telefone?
AC : Tá bem! Então liga-me!
FR : Pois! Não pá... Pois, exactamente! Ok! Até já!
AC : Liga-me! Tá bem?
FR : Até já!
Attila
Attila
Attila
Attila
Attila
Fase visual...
Estou numa fase mais visual. Em vez de escrever, prefiro mostrar algumas das minhas fotografias.
Attila
Attila
Speed dating
“Speed dating at the New york Easydates is the dating solution for busy professionals. In one short evening, you will have six minute “dates” with eight or so other singles, and tell us which ones you want to see again.”
“New York EasyDates – the way to meet new people that is efficient, effective, and even fun”
from an ad to www.nyeasydates.com
Ok, confirmando a crise de surrealidade galopante, aqui temos mais um exemplo de como as coisas estão nitidamente a sair dos eixos. As palavras chaves neste texto são “efficient, effective, and even fun”. Repare-se que estes “dates” já nem sequer têm que ser divertidos. Divertimento ou prazer e’ visto com um extra, um suplemento bem vindo, “an unexpected surprise”, de algo que e’ acima de tudo funcionalmente útil.
Cada vez mais a vida e’ um simples extracto bancário, onde tudo e’ visto como um simples debito ou credito de conta.
Attila
Um grande buraco
“Let us ignore friction, the rotation of the earth and other complications. Just picture a hole or tunnel that enters the earth at one point, goes straight through the center and comes back to the surface at the opposite side of the planet […] assuming that he [traveler] simply dropped into the hole […] the total trip would be about 42 minutes. If there were no friction […] our traveler could oscillate through the tunnel repeatedly”.
Scientific American (August 2003)
Tédio
"Há três categorias de tédio: o tédio passivo: a rapariga que dança e boceja; o tédio activo: os amadores de papagaios; e o tédio revoltado: a juventude que queima automóveis e parte montras"
Milan Kundera
Prisão preventiva
Aparentemente a classe politica portuguesa, ou pelo menos parte dessa classe politica, acabou de acordar para os
males da prisão preventiva em Portugal. Tal e qual aqueles pavilhões prefabricados que eram construídos
temporariamente numa escola, a prisão preventiva nos últimos 20 anos foi levada a um extremo verdadeiramente vergonhoso de modo a compensar disfunções graves do sistema judicial português . A realidade dos factos e’ que o sistema judicial Português e’ lento, muito lento, pelo que o poder legislativo e judicial acabaram por seguir o caminho do desenrasca.
No entanto apesar da prisão preventiva ser potencialmente injusta, qualquer sistema judicial e’ um equilíbrio entre os interesses do cidadão e os interesses da sociedade, pelo que tendo em conta a situação actual dos nossos tribunais, o presente uso (e abuso) da prisão preventiva se justifica.
Attila
quickie divorce
“Getting a quickie divorce has taken on a whole new meaning in Malaysia after it was decided that a man can divorce his wife with a text message.”
from BBC News online
E’ impressão minha, ou existe uma crise de surrealidade galopante a nível global.
Attila
Amigos e amigos...
A diferença entre um “amigo” e um “grande amigo” e’ que quando essa pessoa triunfa, em vez de uma satisfação salpicada q.b. por inveja, se sente simplesmente uma enorme alegria.
Attila
major Valentim Loureiro
Tendo em conta as crescentes semelhanças vernaculares to discurso de dirigentes desportivos e dos políticos portugueses, tenho de reconhecer que o major Valentim Loureiro foi um verdadeiro visionário linguístico. Anos antes da SIC, da TVI, do Big Brother, dos programas de televisão se reduzirem ao mínimo denominador comum, o major já falava sem nada dizer, já insinuava sem nada provar. já fazia exercidos lógicos com a precisão de uma caçadeira de canos serrados.
Attila
Para ajudar a colocar a blogoesfera em perspectiva, a website oficial do Vaticano tem mais de 15 milhões de hits por dia...
JPP - 0, JPII - 9
Attila
Melhor website do ano
De volta a Nova Iorque, acabo de encontrar o que e' sem duvida a melhor website do ano...
Attila
Quando o Attila regressar, despede-me de certeza...mas uma certa tendência para a introspecção e o disparate, em doses iguais, não são adequados ao Filhos de Viriato.
Poder-se-ia talvez aproveitar pequenos momentos de irritada alegria, como aquele que me fez dizer a uma pobre rapariga (que passava o código de barras pelo leitor e no final me informou,
para além do BI, preciso da sua morada, para o verso do cheque)
a morada? Não dou.
Foi um momento de paragem. Parou aquela fita magnética que tem sempre as mesmas coisas escritas para dizer aos clientes (verde código verde, por exemplo), parou até o cérebro talvez, enquanto este se reajustava a uma falha na dita fita. Uma coisa é certa: o que parou mesmo foi a fila de pessoas, cheias de pressa para pagarem os seus iogurtes antes que passassem de validade, enquanto a pobre desgraçada balbuciava
são as normas. Informei-a que as normas do estabelecimento, quando são opostas àquilo que vem na lei, não valem nada. Que um cheque, à luz da legislação vigente, é um meio de pagamento que vale tanto como hard cash (embora tenha utilizado a palavra 'dinheiro' pois não me pareceu que fosse dada a línguas e poderia até pensar que a estava a insultar). Que não dava a morada porque estava farta de ter a caixa do correio cheia de lixo, entregue por criaturas que se divertem a arrancar o autocolante
'Publicidade aqui não, obrigado'.
Pedi desculpa à cada vez mais impaciente fila, mas os direitos dos cidadãos falavam ali mais alto (e eu também). Nesse momento, um prestável senhor informou-me que até na empresa dele, as normas eram de só dar a mercadoria cujo pagamento fosse efectuado por cheque após boa cobrança do mesmo (espero que não fossem iogurtes dado o prazo de dias úteis para a compensação). Só o perdoei por me ter chamado 'menina'. Uma senhora é sensível a estas coisas. A fila concordou com o senhor. E eu mantive-me, como se costuma dizer, na minha, e na deles (fila), a gaja-que-tem-a-mania-que-sabe-mais-cós-outros. Finalmente, ao fim de alguns telefonemas, a rapariga informou-me que por esta vez e dado que não atingia o montante limite que as normas do estabelecimento (como se vê, bastante dinâmicas) impunham, podia aceitar o cheque. Tentei ainda explicar mais uma vez que as normas do estabelecimento não valiam nada...mas é um esforço inglório e inútil. Resmunguei
depois queixem-se que nada funciona neste país e a empregada vingou-se e não me deu o talão das compras.
Da próxima vez dou uma morada falsa.
100nada
Afinal, que horas são?
Quando enviar este post para este blog, não será noite ou princípio de madrugada. Não será sequer dia 10 de Julho. Este salto no tempo, parecendo uma coisa explicável (parecendo e sendo) é, se se pensar bem, assustadoramente belo. Neste blog eu não estou agora. Estou em ontem, talvez num dia de sol, talvez num dia de chuva, mas é ainda dia. A noite irá cair mais tarde, talvez não vá para onde estou, ainda não sei. Não decidi, apesar de já estar aqui, porque lá ainda não cheguei aí. É um mundo de possibilidades. Não sei bem o que irei fazer mais tarde, hoje e aqui.
100nada
Crónicas de terra
Gosto de aeroportos. O primeiro que vi não era como é hoje, todo de tubos e vidros; há qualquer coisa estranha nesta mania de fazer aeroportos transparentes...e depois não se consegue ver avião nenhum. Deve ser uma ideia moderna, mostrar o que não interessa para esconder o essencial.
Mas antigamente, quando este aeroporto era uma caixa de betão, tinha em cima um enorme terraço, onde se podia dizer a uma criança,
estás a ver? estão ali os aviões.
Depois vais andar num...e lá fui eu, uma noite, andar num daqueles aviões. Cheguei no dia seguinte a um aeroporto que quase não existia. Era só uma gare com gente à espera, num dia de calor.
É aquilo que me lembro melhor. O calor. Quase não me lembro do aeroporto ou do avião. Mas talvez, talvez por me ter apaixonado pelo calor e pela terra do calor, me tenha apaixonado pelos aviões que me levavam lá. Por aeroportos, por partidas e chegadas, primeiro a esse sítio, depois a outros lados. Aeroportos...para mim são outra coisa: são aero-portas.
100nada
Nas próximas duas semanas vou passear. Um misto de trabalho/passeio pagas pelo governo Japonês. Deste modo a frequência de posts do Attila vai ser mais reduzida. No entanto tenho a certeza que a
100nada vai manter a filosofia-de-ponta em dia. Eu vou tentar mandar uns posts tipo “crónicas de viagens”.
Attila
Separar roupa
Realmente a máquina de lavar roupa foi uma revolução. Uma pessoa atira a roupa para dentro de um buraco, escolhe entre “roupa branca” ou “roupa de cor”, e pronto. Uma hora depois está tudo lavado. E com um bocado de sorte nada perdeu tinta pelo caminho, a camisa branca continua branca, e a camisa vermelha continua vermelha. Pois no fundo lavar roupa de cor com roupa branca e’ um processo de “bungee jumping” caseiro.
Attila
Começa aqui a minha participação nos 'Filhos de Viriato', sem saber bem se Viriato terá tido também filhas. Uma coisa é certa: enquanto duravam os grandes almoços, haveria de certeza quem estivesse a cozinhar e a lavar pratos. Com o avançar dos tempos para estes mais modernos, surgiu o movimento da libertação de aventais e esfregões nas mulheres, posteriormente salvas de dissabores vários (motivados por essa atitude ultra revolucionária) pela invenção da máquina de lavar.
Assim funciona a filosofia de ponta-e-mola. Nunca se sabe exactamente o que vai acontecer mas, quando se dá por isso, já aconteceu. Hermético? Não. Simples. E o que é simples é sempre aquilo que só se vê depois.
Um muito obrigada ao Attila por me ter contratado.
100nada
Renovação
Caros amigos,
Quando o blog “Filhos de Viriato” foi fundado pelo projecto “Viriato, hoje e sempre”, teve como objectivo central a redescoberta da “filosofia de ponta-e-mola”. Conhecido por dizer que “vale mais um romano na mão, do que dois no
Circus Maximus", Viriato marcou a psique lusa com a postura serena com que lutava os Romanos: umas pedradas ao nascer do sol, uns calhaus ao pôr-do-sol, e uns grandes almoços.
No entanto com a evolução recente da blogosfera tornou-se evidente o esgotamento progressivo deste projecto. Tendo em conta estes factos, a direcção decidiu que se imponha a renovação deste blog. Um renovação capaz de passar não só por uma mudança cromática, mas também por uma expansão a novos participantes.
A filosofia de ponta-e-mola e’ um património nacional, e portanto pertence a todos. E’ então com uma enorme satisfação que a direcção anuncia que a partir de hoje vai ser possível a participação regular nos Filhos de Viriato (paga a recibos verdes, e com ajuda dos fundos estruturais da União Europeia) de um fenómeno recente da blogosfera chamado
100nada.
a direcção
As minhas desculpas aqueles que visitaram este blog devido ao recente update, mas havia um "m" a irritar-me profundamente.
Attila
Altifalante e Renault 4
Em Inglaterra a verdadeira oposição ao governo de Tony Blair são os seus próprios deputados. Heterogéneos na sua essência, representam o complexo e largo espectro partidário existente dentro de "New Labour". Eleitos através de um sistema uninominal, possuem uma legitimidade democrática e uma autonomia política, que os torna em verdadeiros agentes de opinião e debate político. E apesar do sistema uninominal introduzir graves distorções na expressão do voto popular, tem a capacidade de dar cor e coluna vertebral aos políticos. De facto a capacidade de alguém ser capaz de incendiar uma multidão de altifalante na mão e em cima de um Renault 4, devia ser uma condicão "sine qua non" para ser deputado.
Attila