Todos ao centro?
Com o colapso da antiga União Soviética, e de grande parte dos países de raiz socialista, o Marxismo-leninismo tornou-se um movimento politico falido. No entanto, e ao contrario das aparências, o grande vencedor desta falência foi o socialismo democrático. Livre de um movimento politico forte ‘a sua esquerda, grande parte dos partidos de centro-esquerda enterraram o machado-da-guerra da luta de classes, apagaram dos seus manifestos os últimos resíduos arqueológicos das suas origens socialistas, e lentamente caminharam para o centro. Foi um marcha lenta, e frequentemente complicada, mas um vez ali chegados mudaram frequentemente de nome, ou símbolo, descaracterizaram-se num "combo" ideológico, e tornaram-se na opção menos ma' para grande parte do eleitorado. Menos ma', porque em politica o centro não significa equilíbrio, mas pelo contrario significa o mal menor.
Um exemplo paradigmático e’ o New Labour no Reino-Unido, de malas e bagagens no centro, o New Labour de Tony Blair conquistou a confiança da classe media suburbana, deixou de ser temido pela Bolsa ou o patronato, e continua a ser a opção menos ma' para grande parte do seu eleitorado de raiz. Esmagado entre a xenofobia da extrema-direita, e o centrismo do New Labour, os conservadores hesitam entre um populismo fácil -por exemplo o dos medos profundos que os ingleses tem ‘a União Europeia- e uma tentativa de afirmação enquanto o partido da"ordem e moral". Efectivamente este e’ o grande dilema de qualquer partido de centro-direita que procura desenvolver um programa económico de raiz não socialista. Empurrado ‘a direita pelo novo neo-socialismo democrático, este tem de optar entre se diluir no vazio ideológico do centro ou então afirmar-se na melhor das hipóteses como um partido conservador de velhos do Restelo, ou na pior das hipóteses como um bando de populistas demagógicos.
Attila
nota: eu já publiquei este post faz alguns meses, mas como parece que perdi os meus arquivos vou republicar alguns que me parecem especialmente interessantes.