A inevitável correlação entre o aumento de temperatura e o aparecimento incontrolável de incêndios florestais, demonstra a total ineficácia das medidas de protecção das florestas portuguesas, que diferente governos nos últimos 20 anos desenvolveram. A raiz desse fracasso e’ complexa, mas duas razoes parecem-me que merecem algum destaque. Antes demais a dificuldade em impor um gestão florestal adequada no sector privado. Tal gestão não ia evitar os incêndios, mas ia provavelmente minimizar as sua dimensões. Adicionalmente, a incapacidade de mobilização da população numa prevenção activa de incêndios e’ também preocupante. Por outras palavras, a alienação crescente da população enquanto agente de protecção dos recurso naturais, contrasta fortemente com o interesse crescente dessa mesma população enquanto usuário.
Attila