Filhos de Viriato
sexta-feira, setembro 19, 2003
  Esquerdista dos anos 90

Pessoa de palavra fácil, cabelo cortado na barbearia do Sr. Manuel, e roupa comprada nas lojas étnicas do Martin Moniz, o “esquerdista dos anos 90” deambula pelas ruas do Bairro Alto tendencialmente em grupos de três ou quatro. Antigo membro da JCP, passou pelo PSR, e agora milita no Bloco de Esquerda. Tirou um curso na Faculdade de Ciências, ou em alternativa na de Letras, critica exuberantemente através do seu telemóvel Vodafone, as propinas, o imperialismo Americano, o jornal O Independente, e inevitavelmente o Paulo Portas. Tem uma linguagem rica em adjectivos, advérbios, usa o “pá” como um prefixo ou sufixo, fala da igualdade, e procura aqueles com quem compartilha semelhante opiniões. Discute com os seus iguais os problemas que o atormentam, mas como todos estão sempre de acordo, perde-se nos detalhes e nas trivialidades. Bebe uma cerveja ou um café, discute mais uma vez aquilo que já discutiu, fala em igualdade, liberdade, direitos humanos e repressão. Evita os problemas em Cuba, contorna a Europa de Leste, arrasta-se no Chile e no Médio Oriente. Fala dos territórios ocupados com paixão, frequenta assiduamente a entrada da embaixada dos Estados Unidos, e tenta esquecer que se não fossem os Americanos ainda estavam a morrer pessoas no Kosovo ou na Bósnia. Refere Timor-leste, critica a Indonésia, critica novamente os Estados Unidos, e bebe mais um cerveja. Refere novamente os direitos humanos, fala em massacres. Fala de historias ou detalhes que mais ninguém conhece. Ouve Sílvio Rodriguez ou Pablo Milanês, fala de Garcia Lorca, vai ‘a Voz do Operário, caminha da Graça ao Chapito’. Acaba algures no Cais Sodre’, come um caldo-verde e um pão com chouriço, arrasta-se para casa pois no dia seguinte vai a outra manifestação no ministério da Educação.

Attila 
Atila, "um ateu optimista" - porque não acredita em deus, mas espera estar errado -, quer fazer uma página de ideias e debates rápidos, ricos em colesterol e gorduras saturadas; pois a unanimidade só se obtêm na base do medo, do interesse, ou da alienação activa de quem discorda. Participação especial de 100nada e Adamastor (a pessoa mais furiosa de Lisboa).

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